quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Poema: A Força


Nunca vi anjos nem aprendi orações
Como aprendi versos, mas desde cedo uma
Certa conspiração calma recolhida na parte
De trás da existência me foi dando
Conselhos, monocórdicos, pontuais;
Uma força constante que
Afastada dos dias e do seu ruído próprio
Me acompanhou. Nada de religioso, nenhum Deus,
Nenhum temor, nenhuma adoração,
Chamemos à coisa: disciplina. E assim está bem.
O mundo avança e acontecem coisas,
E o meu corpo recolhe-se e faz o que tem a fazer.


[In 1, poemas, Rio de Janeiro, Bertrand do Brasil, 2005, p. 155]
Análise:
 
Rima: 
 Não apresenta rimas, rimas imperfeitas.
Recursos poéticos: 
 O eu-lírico dirige-se a si próprio (Poeta), o poeta segue narrativa, não contem estrofes.
Análise formal:
  • Versos Livres
  • Estrofe de 12 versos

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